O que é ser imprensa? Teoricamente seria uma instituição social habilitada para o exercício do Jornalismo praticado por graduados. Sendo assim, a imprensa é parte da sociedade, pois exerce o papel de vigilante do poder, interlocutor da população, um analista e intérprete de informações com o intuito de ser um “formador da opinião pública”. Parece que esta teoria e toda uma prática exercida para a existência da democracia vêm se esvaindo com a facilidade, hoje, de Ser Imprensa.
Ainda não senti esse gostinho, pois pouco pratiquei a profissão de jornalista, mas fiz uma graduação para exercer essa função. Outros exercem essa prática pela inexistência de Cursos de Jornalismo, os quais são necessários para ser imprensa. Muitos desdenham da necessidade da formação, talvez pela preguiça de estudar.
Diante desse quadro que se apresenta, impressiona-me uma nova modalidade de imprensa: os sites, portais e blogs que surgem por aí e simplesmente se dão o título de “Imprensa". Imprensa, o escambau! Não é por aí, não. É preciso muito mais que uma máquina, um site, uma camisa e crachá para ser imprensa.
Eles estão em todos os lugares. Festas de clubes, largos e até em aniversário de bonecas. Tornou-se uma febre. Vivemos uma situação epidêmica. A qualquer momento, em qualquer lugar você pode ser abordado por um portal desses e vão lhe pedir para fotografá-lo. É até uma situação constrangedora negar um clique. Por princípios, ultimamente venho recusando.
Em Juazeiro-BA, nos dias de Carnaval (na verdade é um carnaval antecipado), realizado na última semana, houve uma verdadeira multiplicação dos crachás de imprensa. Parecia um bloco carnavalesco. Da festa de momo antecipada não tenho do que reclamar, pelo contrário aproveitei bastante.
Contudo, foi inevitável não perceber a revoada de garotos e garotas tirando proveito de uma comenda para desfilar na avenida por entre blocos, trios elétricos e camarotes. Acesso garantido ao camarote central. Estavam em maior evidência do que jornalistas. Uma equipe de um jornal local foi barrada, pois, segundo os organizadores dos camarotes, não estava adequadamente trajada para a prática jornalística.
Talvez isso seja pela era narcisística que vivemos. Tudo é dominado pelas imagens. Ser encontrado em um site, ser visto por todos, ter um nome numa coluna social passou a ser um ato de vaidade pós moderna.
Talvez, também, a distribuição dos crachás não tenha tido um controle, uma vigilância dos sindicatos dos profissionais de imprensa ou até mesmo o bom senso de quem os distribuiu.
Era necessária uma consulta aos órgãos de classe para saber quem, de fato e de direito, poderia exercer práticas fotojornalísticas, senão qualquer um pode ser repórter fotográfico ou até um repórter.
E isso foi apenas em minha cidade, Juazeiro da Bahia. Imaginem, meus caros leitores e colegas profissionais, como será no restante do Brasil. As pessoas pensam que lidar com informação é fácil, um diletantismo. Pobres de pensamento. Ser imprensa é compreender a sociedade, interpretar os fatos e propor uma reflexão ao público em geral.
Aqui, deixo o meu alerta, pois a qualquer momento alguma garota ou garoto bem afeiçoados, que se considera imprensa, podem chegar a você e solicitarem um clique.
Ainda não senti esse gostinho, pois pouco pratiquei a profissão de jornalista, mas fiz uma graduação para exercer essa função. Outros exercem essa prática pela inexistência de Cursos de Jornalismo, os quais são necessários para ser imprensa. Muitos desdenham da necessidade da formação, talvez pela preguiça de estudar.
Diante desse quadro que se apresenta, impressiona-me uma nova modalidade de imprensa: os sites, portais e blogs que surgem por aí e simplesmente se dão o título de “Imprensa". Imprensa, o escambau! Não é por aí, não. É preciso muito mais que uma máquina, um site, uma camisa e crachá para ser imprensa.
Eles estão em todos os lugares. Festas de clubes, largos e até em aniversário de bonecas. Tornou-se uma febre. Vivemos uma situação epidêmica. A qualquer momento, em qualquer lugar você pode ser abordado por um portal desses e vão lhe pedir para fotografá-lo. É até uma situação constrangedora negar um clique. Por princípios, ultimamente venho recusando.
Em Juazeiro-BA, nos dias de Carnaval (na verdade é um carnaval antecipado), realizado na última semana, houve uma verdadeira multiplicação dos crachás de imprensa. Parecia um bloco carnavalesco. Da festa de momo antecipada não tenho do que reclamar, pelo contrário aproveitei bastante.
Contudo, foi inevitável não perceber a revoada de garotos e garotas tirando proveito de uma comenda para desfilar na avenida por entre blocos, trios elétricos e camarotes. Acesso garantido ao camarote central. Estavam em maior evidência do que jornalistas. Uma equipe de um jornal local foi barrada, pois, segundo os organizadores dos camarotes, não estava adequadamente trajada para a prática jornalística.
Talvez isso seja pela era narcisística que vivemos. Tudo é dominado pelas imagens. Ser encontrado em um site, ser visto por todos, ter um nome numa coluna social passou a ser um ato de vaidade pós moderna.
Talvez, também, a distribuição dos crachás não tenha tido um controle, uma vigilância dos sindicatos dos profissionais de imprensa ou até mesmo o bom senso de quem os distribuiu.
Era necessária uma consulta aos órgãos de classe para saber quem, de fato e de direito, poderia exercer práticas fotojornalísticas, senão qualquer um pode ser repórter fotográfico ou até um repórter.
E isso foi apenas em minha cidade, Juazeiro da Bahia. Imaginem, meus caros leitores e colegas profissionais, como será no restante do Brasil. As pessoas pensam que lidar com informação é fácil, um diletantismo. Pobres de pensamento. Ser imprensa é compreender a sociedade, interpretar os fatos e propor uma reflexão ao público em geral.
Aqui, deixo o meu alerta, pois a qualquer momento alguma garota ou garoto bem afeiçoados, que se considera imprensa, podem chegar a você e solicitarem um clique.